Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Só photos

Fotografias tiradas por mim e "ilustradas" com versos de Fernando Pessoa e seus heterónimos.

Só photos

Fotografias tiradas por mim e "ilustradas" com versos de Fernando Pessoa e seus heterónimos.

22 Out, 2013

Outono

Tenho tanto sentimento Que é frequente persuadir-me De que sou sentimental, Mas reconheço, ao medir-me, Que tudo isso é pensamento, Que não senti afinal. Temos, todos que vivemos, Uma vida que é vivida E outra vida que é pensada, E a única vida que temos É essa que é dividida Entre a verdadeira e a errada. Qual porém é a verdadeira E qual errada, ninguém No (...)
Gato que brincas na rua  Como se fosse na cama,  Invejo a sorte que é tua   Porque nem sorte se chama.  Bom servo das leis fatais  Que regem pedras e gentes,  Que tens instintos gerais  E sentes só o que sentes.  És feliz porque és assim,  Todo o nada que és é teu.  Eu vejo-me e estou sem mim,  Conheço-me e não sou eu.                   (...)
    É um campo verde e vasto,         Sozinho sem saber, De vagos gados pasto,          Sem águas a correr. Só campo, só sossego,         Só solidão calada. Olho-o, e nada nego         E não afirmo nada. Aqui em mim me exalço         No meu fiel torpor. O bem é pouco e falso,         O mal é erro e dor. Agir é não (...)
24 Dez, 2010

Natal de 2010

Chove. É dia de Natal Lá para o Norte é melhor: Há a neve que faz mal, E o frio que ainda é pior.     E toda a gente é contente Porque é dia de o ficar. Chove no Natal presente. Antes isso que nevar. Pois (...)
24 Out, 2010

Às vezes...

        Às vezes tenho ideias felizes,      Ideias subitamente felizes, em ideias      E nas palavras em que naturalmente se despegam...        Depois de escrever, leio...      Por que escrevi isto?      Onde fui buscar isto?      De onde me veio isto?  Isto é melhor do que eu...      Seremos nós neste mundo apenas canetas com tinta      Com que (...)
22 Out, 2010

A chave da porta

    Se alguém bater um dia à tua porta, Dizendo que é um emissário meu, Não acredites, nem que seja eu; Que o meu vaidoso orgulho não comporta Bater sequer à porta irreal do céu. Mas se, naturalmente, e sem ouvir (...)